Mário Jardel Almeida Ribeiro, nasceu em Fortaleza no dia 18 de Setembro de 1973 e foi um dos maiores goleadores de sempre do Futebol Clube do Porto e ainda hoje deixa saudade a alguns pela sua tremenda eficácia no que a golos diz respeito.
Carreira
"Super Mário"ou "Jardigol" eram estas as suas principais alcunhas e tudo começou no Ferroviário, passando depois mais tarde pelo Vasco da Gama e pelo Grémio de Porto Alegre (clube então na altura treinado por Scolari).
Foi no Grémio, que conquistou um dos seus principais títulos da sua carreira (Taça das Libertadores) e inclusivé se tornou o melhor marcador da competição com 9 golos e nessa altura já se antevia, que o seu futuro no Brasil não se iria prolongar por muito tempo.
Tal coisa se veio a confirmar no ano seguinte (1996), quando chegando ao verão aparece o FC Porto interessado e após bater a concorrência adquire o ponta de lança brasileiro e na altura muitos duvidavam essa mesma contratação, devido ao seu ar um pouco desengoçado e aparentemente não ser muito habilidoso no jogo de pés, sendo o cabeceamento a sua principal arma.
Chegou então ao FC Porto para a época 1996/97 e se estreou na 1ªjornada no saudoso Estádio das Antas frente ao Vitória de Setúbal, num jogo de má memória para os dragões uma vez que o jogo terminou empatado a duas bolas, sendo que o golo do empate foi de autoria do estreante Mário Jardel, que nessa partida tinha iniciado como suplente.
Porém, já na jornada seguinte se estreou como titular em Leiria e voltou a marcar e a partir daí se viu claramente, que estavamos perante um jogador completamente diferente dos outros, com características únicas e a apresentar uma tremenda eficácia e frieza na finalização.
Um dos momentos mais altos da sua carreira será garantidamente aquela noite mágica de San Siro, onde o FC Porto obteve uma das vitórias mais emocionantes dos últimos anos e foi precisamente o brasileiro a ser o principal protagonista da partida ao apontar 2 golos ao gigante Rossi e o mérito é ainda maior, sabendo que iniciou o jogo no banco de suplentes e entrou apenas aos 62 minutos de jogo para o lugar de Barroso, fazendo então aos 76 e 82 minutos de jogo os golos, que ditaram uma vitória histórica sobre o poderoso Milan de Rossi, Maldini, Panucci, Albertini, Desailly, Boban, Baggio, Weah, Simone e companhia.
Foi no FC Porto claramente, que o Jardel teve o seu maior período de sucesso e nas quatro épocas de azul e branco vestido foi por quatro vezes o melhor marcador do campeonato, tendo o seu máximo de golos ter sido atingido na sua última temporada na época 1999/00 ao marcar 38 golos em 32 jogos e curiosamente foi a única temporada onde não se sagrou campeão ao serviço do FC Porto, tendo ganho tudo ao serviço dos dragões a nível interno, ou seja, campeonato, taça e supertaça e chegando até aos quartos de final da Liga dos Campeões, sendo o FC Porto eliminado de uma forma injusta perante o todo poderoso Bayern e nos dois jogos dessa eliminatória o FC Porto marcou um golo em cada um desses jogos e para não variar o matador brasileiro marcou os golos da sua equipa ao sempre temível Oliver Kahn, mas infelizmente não foi suficiente para seguir em frente muito graças a um senhor do apito de nome Hugh Dallas.
No final de cada temporada muito se falava na saída do Mário Jardel do FC Porto e a verdade é que se falava muito e nada se concretizava, mas em Junho do ano 2000 tudo mudou, aparecendo finalmente um clube a pagar a sua cláusula de rescisão (3,2 milhões de contos) e assim o FC Porto não podia fazer nada e a saída foi inevitável para os turcos do Galatasaray, que acabara de se sagrar vencedor da Taça Uefa e possuindo jogadores de grande nível como o guarda-redes Taffarel, Popescu, Emre, Okan, Hagi, Hasan Sas ou Hakan Sukur, que no final dessa temporada se transferiu para o Inter de Milão e assim possibilitou a vinda do Jardel em sua substituição.
A sua chegada à Turquia foi de um clima de grande euforia, por terem a noção de que tipo de reforço haviam contratado e "Super Mário" não se fez rogado, se destacando logo no início ao ser um dos principais responsáveis pelo apuramento do Galataray para a Liga dos Campeões ao apontar dois golos frente aos suiços do St.Gallen na vitória por 2-1.
Mas, foi num jogo a contar para a Supertaça Europeia frente ao Real Madrid, que Mário Jardel passou a ser "herói" para os adeptos da equipa turca ao apontar os dois golos, que possibilitaram derrotar o Real Madrid, já com o internacional portugûes Luís Figo na equipa.
A sua época na Turquia em termos desportivos foi boa (para o campeonatos 22 jogos-24 golos), só que claramente nunca se conseguiu adaptar à cultura turca e ainda para mais o facto do Galatasaray apresentar uma grave crise financeira e o Jardel auferir um ordenado bastante elevado a saída seria a melhor solução e então aí muito se falou e inclusivé o seu regresso a "casa" esteve mesmo muito próximo de acontecer, não acontecendo pelas razões já por diversas vezes conhecida.
A verdade é que o seu destino acabou mesmo por ser Portugal, mas não no FC Porto, mas sim no Sporting, chegando já com a época a decorrer e com alguns quilos a mais, logo seria necessário umas semanas de trabalho árduo para voltar a estar fisicamente disponível para uma época bastante exigente e longa.
Mesmo não estando na sua plenutide, foi imediatamente chamado para a titularidade no Sporting e como Jardel significa golos, não se fez rogado e mesmo na estreia frente ao Leiria de José Mourinho (jogo acabou empatado a uma bola) fez o gosto ao pé, apontando o golo de grande penalidade.
Um dos momentos mais marcantes para o jogador nessa temporada foi sem dúvida o seu regresso ao Estádio das Antas, um estádio onde lhe deu muitas alegrias durante quatro anos e que deixou enormes saudades, mas infelizmente regressou como adversário, num jogo onde para ele aconteceu de tudo, marcou um golo (golo 150 na Liga), falhou uma grande penalidade (defendida por Vítor Baía) e foi expulso por acumulação de amarelos.
Acabou a época 2001/02 com o Sporting campeão e o Jardel a apontar o impressionante número de 42 golos marcados em apenas 30 jogos disputados.
Mas, esta foi a última temporada do "verdadeiro" Jardel, quem diria depois de uma época ao apontar tantos golos e por vezes de maneira incrível, se pudesse acreditar o que viria a seguir, caminhando num autêntico "inferno" e que ainda hoje o tenta sair de lá.
A história já muitos a sabem de cor, desde os motivos da sua não convocação para o Mundial 2002 ou a transferência para um colosso europeu não se ter concretizado, tudo junto fez com que o levaram a ficar naquele estado aquando do início para a época 2002/03, onde chegou a ser hipótese a sua saída do Sporting, mas tal não se verificou, tendo feito uma época a "espaços", isto é, jogando jogo sim jogo não por vezes, mas mesmo assim terminou a época com 11 golos marcados e pela primeira vez em seis épocas em Portugal não se sagrou o melhor marcador do campeonato.
Depois da sua saída do Sporting seguiu para Inglaterra (mais concretamente o Bolton), onde não foi feliz, mas fica registado o seu golo ao Liverpool para a Taça da Liga e que valeu a passagem do Bolton à ronda seguinte, seguindo-se o Ancona de Itália, Palmeiras, Newell´s Boys (onde se sagrou campeão), Alavés, Goias, Beira-Mar, Anorthosis Famagusta e mais recentemente e última equipa o Newcastle Jets da Austrália.
O seu regresso ao futebol portugûes se deveu à vontade do próprio Jardel e nesse aspecto de destacar o papel, que o técnico Augusto Inácio teve sobre o Jardel, "transformando" por completo os hábitos deste jogador e o caminho para a sua recuperação como homem se conseguiu e em termos desportivos só não teve os efeitos mais desejados, porque também não contribuiu o facto do técnico Inácio ter permanecido durante muito tempo no Beira-Mar, sendo substituído pelo treinador Carlos Carvalhal.
No seu regresso a Portugal, apontou quatro golos (três no campeonato e um na taça) pelo Beira-Mar e de destacar o seu golo na 1ªjornada frente ao Aves, num golo após a cobrança de um pontapé de canto apontado por Rui Lima, surge o "Super Mário" a cabecear, apontando um excelente golo de cabeça e que marcaria um excelente regresso a um país, que tão bem conhecia.
Um dos maiores momentos no seu regresso, foi claramente o seu regresso ao estádio do FC Porto, onde os adeptos prestaram a merecia homenagem a este goleador, que após a sua substituição se despediu do público portista bastante emocionado e com a "promessa" de voltar um dia ao FC Porto.
A sua saída para o Chipre a meio da época, acontece porque já não era muito utilizado no Beira-Mar, que vivia uma crise técnica e ambas as partes entenderam que seria melhor a sua saída e assim foi e ainda foi a tempo de conquistar mais um título na sua carreira, ao vencer a Taça do Chipre ao serviço do Anorthosis e no campeonato cipriota apontou três golos e curiosamente todos os golos, foram marcados nas únicas vezes em que foi titular.
Actualmente se encontrava na Austrália a jogar pelo Newcastle Jets, digo se encontrava porque saiu no final do mês do clube, por problemas de adaptação ao clube e nesta altura anda à procura de equipa, sendo o Brasil um dos possíveis destinos.
É triste ver um jogador, que tanto deu ao FC Porto, que tantos golos marcou época após época esteja assim de clube em clube e sem rumo a dar na sua carreira. Aos 34 anos dificilmente terá novas grandes oportunidades, mas se a sorte estiver com ele e essa mesma oportunidade surgir sem ninguém esperar ele terá, que aproveitá-la, porque todos nós merecemos uma segunda oportunidade e essa mesma oportunidade o Jardel vem pedindo há muito e essa verdadeira oportunidade ainda não foi dada.
Por agora resta-nos lembrar daqueles golos inesquecíveis, que marcou ao serviço do nosso clube, golos para todos os gostos e feitios (desde "bicicleta", de "letra" ou de "bunda") e certamente guarda-redes como Rossi, Kahn, Hesp ou Casillas não esquecerão os golos sofridos por este jogador e como quem sabe nunca esquece, quem sabe se não voltará o Mário Jardel a sorrir?
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